quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Um Tipo de Melhor Amigo

"Do you remember?"

"Lembraste do dia em que nos conhecemos?"
"Hum...por acaso lembro-me. Foi aquele dia no restaurante..."
"Não! Foi aquele dia na estação de comboios. Já te lembras?"
"Ah! Lembro! Já vivemos tantos momentos juntos..."
...

Foi assim que começou uma conversa entre mim e um amigo meu, que se prolongou por toda a noite.
Uma conversa onde pensámos, rimos, comentámos e acima de tudo, recordámos.
Quando ia de regresso a casa, pensei em cada frase desta conversa e sorri.
Sorri porque apercebi-me porque é que realmente somos amigos.
Ele pode não ser o amigo com quem desabafo, a quem dou abraços, no ombro do qual choro ou com quem partilho tudo.
E eu também não sou essa amiga dele.
Mas ele é o amigo com quem partilho o que me aconteceu durante a semana, com quem rio durante horas, com quem discuto por coisas inúteis, de quem me escondo quando choro, que me tenta animar apesar de fingir que não percebe a minha tristeza, que não me deixa sozinha, que passa as férias comigo, que vai comigo a qualquer lado, que me ouve a falar durante horas, que goza comigo de uma maneira querida, com quem partilho barracas, que é um autêntico idiota mas que é também um querido.
Não precisa de ser o amigo que sabe tudo sobre mim, que sabe os meus sonhos e ambições, que sabe as minhas tristezas e desilusões, que sabe o que gosto ou detesto, que me manda sms a dizer que me adora, que tenta não gozar comigo, que percebe como me sinto, que quer sair comigo, que me abraça, que festeja a minha felicidade comigo ou que chora a tristeza comigo.
Ele pode não ser assim mas não é por isso que não é um dos meus melhores amigos.
É por ele ser diferente e ser especial que o é.
É apenas um outro tipo de melhor amigo.

"Pássamos mesmo por muita coisa juntos... À quanto tempo nos conhecemos?"
"Uns 5 ou 6 anos..."
"Parece que é à mais tempo."
"Pois parece. E lembraste que quando (...)?"

Um beijo em cada recordação,
H.N.